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Biblioteca Mário de Andrade

Publicado dia 20 de setembro de 2016

Uma biblioteca não é um depósito de livros. É um local de troca de conhecimentos, um centro de informação. Um livro não nasce do papel em branco: surge da experiência do artista com o mundo. Por isso, o lugar dedicado a ele deve refletir essas narrativas e esses encontros. Foram com essas palavras que Tarcila Lucena, supervisora de ação cultural da Biblioteca Mário de Andrade (BMA), definiu as intenções da segunda maior biblioteca do país de extravasar seu espaço físico, articulando-se com o entorno e com a comunidade:

 “Hoje há um afluxo de diversas mídias e formas de se fazer literatura, arte e cultura e uma biblioteca do século 21 precisa estar ligada a todas elas”, acrescentou.

Fundada em 1925, a Biblioteca Mário de Andrade passou por diversos prédios e reformas até se estabelecer de maneira definitiva, com seus mais de 3 milhões de itens, distribuídos em dois prédios, na Praça Dom José Gaspar, um reduto arborizado no coração do centro de São Paulo, construído simultaneamente aos prédios que hoje compõem a biblioteca.

Mais do que uma biblioteca

“Desde sempre, a Biblioteca foi um ponto de encontro. O professor do seu professor, provavelmente estudou aqui. Nessas escadarias, reuniam-se grandes intelectuais da cidade para conversar no espaço público. Numa tarde, era possível encontrar Aziz Ab’Saber e Maurício Tragtenberg conversando aqui em frente”, relata Tarcila, sobre o caráter polivalente do espaço.

Em 7 de setembro de 2009, foi aprovada a Lei Nº 15.052 que passou a regulamentar o funcionamento da biblioteca. Além de destinar um orçamento próprio para a BMA, também estabeleceu a criação da supervisão de Ação Cultural, que coordena as atividades dentro e fora do espaço.

A programação cultural já atrai um público cativo da região. Há um grupo de idosos do bairro, por exemplo, que não perde uma atividade cultural da biblioteca. Da apresentação do quarteto de cordas até a exibição de filmes adaptados de livros, Tarsila projeta que a articulação com o entorno, com o bairro, a cidade e o Brasil – afinal, um espaço que leva o nome de Mário de Andrade jamais poderia se abster desta tarefa – deve aumentar no próximo período.

Um dos primeiros desafios é estabelecer um diálogo contínuo com as dezenas de ocupações de prédios que se espalham por todo o centro. Em 2015, saraus que fizeram parte de uma programação da BMA, que homenageava a escritora Maria Carolina de Jesus e o poeta Abdias do Nascimento, também foram realizados na Ocupação São João.

Outra proposta, afirma Lucena, é aumentar o diálogo e a acolhida dos imigrantes e refugiados que têm vindo à cidade de São Paulo. “Onde ele vai para ouvir uma música de casa? Ler um livro? Descansar? É importante que um equipamento cultura, nos dias de hoje, entenda que seu papel também é de acolher e integrar”, defende.

Conexão com a cidade

Para conseguir concretizar estes objetivos e traçar novos, as supervisões culturais e educativas estão indo atrás de escolas, coletivos e equipamentos da região para convidá-las a se relacionarem com a BMA. Uma das estratégias que poderá ser aplicada é o “carteiraço infantil”, um processo de credenciamento de crianças, que inclui a distribuição de carteirinhas e envolvimento simbólico delas com a instituição.

Kátia Santos, supervisora de atendimento do local, lembrou que no último ano foram realizadas atividades mensais itinerantes da biblioteca, cuja versão pop-up foi montada em escolas e espaços afastados do centro. “A biblioteca tem que funcionar com a cidade”, acredita Kátia, que diz também estar buscando um diálogo mais consistente com escolas e professores da região.

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